sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ausência (Cianeto de Potássio)



eu fui te matando aos poucos. com leves doses de indiferença, fingindo que todo o amor acabou da noite para o dia. sem ao menos ter uma explicação viável para tudo isso. deixando tudo correr barranco a baixo. esquecendo todas as nossas juras. apagando de mim os nossos sábados regados de amor. mas, eu te matei. te matei da forma mais dolorosa e fria que poderia acontecer. não te dei chance de tentar reverter a situação. eu te matei, te amando. as nossas histórias não vão se apagar, você será um eterno fantasma. o fantasma do amor que não vive intensamente. o fantasma que matei querendo que vivesse. o fantasma que ainda me rouba pensamentos. o fantasma que está vivo dentro de mim. e eu sei que ainda vivo dentro de você. mas fantasmas não vivem, então volte para sua tumba, onde lhe enterrei naquele inverno qualquer. me deixe aqui nesta fazenda onde tua presença ainda vive, fumando meu cigarro, tragando minha solidão, me embriagando de melancolia, e de algumas doses de uísque barato, para combinar com o vazio que me tornei.